terça-feira, 21 de julho de 2015

sobre o que nos cura...

tinha um pouco de dificuldade de lidar comigo, de criar vínculos, tinha medo de ser rejeitada, de ser deixada... e me considerava fraca e frágil e por isso ergui muralhas... 
e enfim descobri que não há muralhas intransponíveis e que sempre há um monstro com poder de te encontrar onde quer que você se esconda. descobri que as muralhas me privavam de ver o sol e sentir o vento... senti vontade do mundo! e já que não havia como fugir do monstro passei a olhá-lo, primeiro de longe e depois passo-a-passo até o olho no olho... ele também tinha medos e assim, ficamos amigos. e tive que assumir o risco, me tornar meu próprio exército... e de mãos dadas com o monstro sai para olhar o mar... agora era o monstro, eu e o mundo... esse foi meu primeiro vínculo!


domingo, 12 de julho de 2015

e volto ao domingo e a nostalgia...














coração apertado no peito e uma vontade louca de segurar sua mão... caminhar assim ao infinito dos nossos dias escrito em boa caligrafia no livro do destino! sonhos... na arte de tê-los e mantê-los apesar das nuvens escuras... saber das nuvens o sinal da chuva e do renascer... e ouvir o som dos pássaros que invadiram minha sala trazendo um ar de dia especial... quem pode acordar com pássaros na sala?! ilustres visitas!... fui assim, presenteada pelo dia!

sexta-feira, 10 de julho de 2015

sobre filmes que me fazem chorar

aproveitando o dia de descanso (graças ao feriado paulista da revolução de 32!) fui procurar um filme e (aproveitando a ausência do namorado) escolhi um desses filmes que me fazem chorar!...

"o melhor de mim" é um filme adaptado da obra do Nicholas Sparks ("querido John") que confesso, nunca li (na verdade tenho outra confissão: detesto literatura norte-americana!).

não vou contar a história do filme, apenas ele ilustra uma reflexão sobre o que a psicologia analítica (Jung) chama de  "sincronicidade" - acontecimentos que se relacionam, não por acaso mas por um significado, ou "coincidência significativa".
são aquelas coisas que não explicamos, como sentir o cheiro do seu AMOR na mesma hora em que ele escreve um e-mail pra você do outro lado do mundo. não é apenas coincidência, tem uma diferença: existe um padrão.

e lançada no mundo das conexões acasuais, fico pensando na possibilidade de relações predestinadas. se há mais coisas entre o céu e a terra, além do que já sonha nossa vã filosofia (parafraseando Willian Shakespeare), é possível você ter uma missão a cumprir e que essa missão envolva a vida de outro ser humano?! como explicar conexões como as narradas na história de Sparks?! histórias que, apesar do tempo e do espaço, permanecem ligadas, aguardando novos capítulos, outros momentos? meu ceticismo me faz desacreditar, porém, minha vida sempre me joga na cara os vínculos do meu caminho.


quinta-feira, 9 de julho de 2015

sobre amigos e boa comida

não dá pra fugir do estresse do dia-a-dia... você treina o sentimento, o espírito, o corpo, mas... a vida tá ficando cheia de tropeços, gente quadrada, chatices burocráticas e torpedos te vendendo serviços... haja boa vontade!... como sobreviver a tudo isso com sorriso no rosto?! ah, se não fossem nossos iguais! trocar ideias sobre o trabalho e procurar saídas, ainda que utópicas! por que não sonhar?! e comer... risoto de shitake do amigo que veio da França ou bolinhos e croquetes do bar onde tem aquela cerveja artesanal (que até você que não bebe se entrega a degustação!!).
comida boa e amigos... ainda é o melhor remédio... e se houver a possibilidade de às vezes unir ao pacote arte, música, o belo... ah! então você está salvo do turbilhão do mundo moderno. é essa a minha saída!.. e cultivar amigos é como cultivar morangos... tem que ter delicadeza e cuidados (senão as pragas atacam os delicados frutos... aliás, morangos são frutos acessórios, rs... um dia falo mais sobre isso!)... tem que atender e entender as necessidade, investir nos sentimentos!... assim como a comida boa tem que ter a combinação perfeita de sabores e texturas... 
para cultivar os bons amigos, temos que seguir a receita, tentar inovar e saber apreciar... e temos nossa pequena pílula de vontade de viver!

e para quem está no estado de São Paulo: bom feriado!
para os demais... bom dia! com amigos, paladares e boas energias!!


sábado, 4 de julho de 2015

sobre rancores, odores e temores

pensando em pessoas que cultivam seus rancores com esmero... dão-se ao trabalho de criar discursos e insultos nos quais escondem suas frustrações e medos. traçam planos e estratégias para poluir os rios a sua volta e murchar flores e espalhar o cinza... almas perdidas. tão solitárias que procuram seus ecos... ocupam brechas em outros rancores, formam coros estáticos de lamentos! 

e passam pela primavera sem perceber as flores...
passam por verões e continuam geladas...
passam... olhando e não vendo! 
passam como um rolo compressor amassando jardins e formando mosaicos de destroços, que mesmo em cacos, ainda em cores e cheiro de terra molhada. e lembro que mesmo que nos destroços o verde brota e não há como detê-lo... a natureza é mais forte, mais sábia e persiste em silêncio e sabendo exatamente para onde vai! aroma de esperança.

quarta-feira, 1 de julho de 2015

indo e vindo infinito...

pois é... eu te pico, rasgo, amasso, atiro longe!
faço o possível pra me livrar to teu cheiro, do teu gosto!
digo que não te quero, faço pirraça!

daí, quando acho que estou livre... a vida, como o mar... te traz de volta!


vai entender que plano mirabolante ela tem pra mim??

achados e perdidos

um dia perdi meu coração numa esquina. perdi de propósito. deixei cair... era um vagabundo e não me faria falta. deixei-o ali, abandonado a sua sorte, não voltei para buscar e pouco me importou o fato de um qualquer encontrá-lo e maltratá-lo. ele não era mais parte de mim!

mas, se há um alguém que perde, sempre há um alguém que acha... ele o encontrou e reconheceu! guardou pra mim... tentou devolver algumas vezes e eu me fazendo de desentendida, tentando desprezar o que tanto me provocou dor! muito melhor viver sem coração...


um dia, num abraço apertado ele colocou o coração de volta ao seu lugar: dentro do meu peito... senti que algo batia, tentei não ouvir, ainda fazendo-me de desentendida... mas tudo o que volta a pulsar se faz reconhecer.

terça-feira, 30 de junho de 2015

(dez) encontros - I

ele  - o que você está olhando?
 ela respira fundo - eu não devia ter vindo...
 ele - bom, não foi isso que eu perguntei...
 ela - escuta, isso tudo já está muito bem resolvido aqui dentro, ok?! e já faz tempo! gosto de você como um irmão...
ele - você olha assim para o seu irmão?
ela - não! não há nada nele que me atrai e...
ele - e?

ela levanta subtamente, pega a bolsa - definitivamente, eu não devia ter vindo - bate a porta atrás de si... na rua, a chuva fina lava seus pensamentos delicadamente sem deixar escorrer a fantasia que tinha vestido para essa noite: eles conversariam, muito... relembrariam as noites de festa, as noites em claro, a noite na rede... então ele chegaria bem perto dela, arrumaria gentilmente uma mecha de cabelo atrás da sua orelha, olharia no fundo dos seus olhos e a beijaria...
ele sozinho, pega o violão e dedilha a canção que fez para ela... quem sabe um dia ele criaria coragem e... tocaria a canção para ela que ouviria com um irresistível sorriso nos lábios, os braços cruzados sobre as pernas cruzadas, um pedaço do colo a mostra e... ele a abraçaria forte, e nunca mais a deixaria ir...

domingo, 28 de junho de 2015

sobre domingos e sentimentos

e então é domingo... aquele dia em que as pessoas sentem uma ponta de solidão, tristeza ou qualquer outro sentimento que aperta o peito e dá desconforto. mas é um domingo frio... e talvez a vontade de não sair da cama prevaleça... o desconforto é maior?!

tenho um quintal com árvores e uma rede. tenho flores e morangos no jardim. tenho orquídeas que se deliciam com o sol do inverno... e por que então estar melancólica?! claro que há coisas que me faltam, pessoas que me faltam... mas também me sobra trabalho e aborrecimentos... gosto do domingo por ser um dia para olhar as flores, guardar as roupas que durante a semana, na pressa, se empilharam em cima da poltrona de leitura do quarto. gosto do domingo para abrir um livro, pensar ou para voltar a escrever...

aos domingos também me entrego a saudade... e tento vê-la, não como sinal da ausência, mas como sinal de uma presença que um dia esteve e na esperança de que novamente estará... esperei muitos, muitos anos mesmo pelo meu amor e neste momento estamos separados e não por nossa vontade, mas por aquilo que nos escapa...

e o importante é que o que nos escapa não nos paralise... nos preencha de entendimento. assim, tento aprender na espera a ser melhor. tento aprender a paciência e a suavidade. volto os olhos ao que há de bom e reconheço no momento o que está presente!.. e como é importante o presente... e como é efêmero... e se existir é estar, por que não estar no domingo com todos os seus predicados? senti-los, entendê-los e tornar-los arte? tornar o domingo a arte de viver o domingo. tornar o domingo a inspiração de um poema. tornar o domingo a arte do encontro. tornar o domingo um acalento... 

bom domingo! sussurro ao vento e às flores...
e eles respondem com um sorriso que só as pessoas que estão podem ver!